Um dos maiores desafios que hospitais e clínicas enfrentam são as bactérias multirresistentes em UTI. Isso porque tais organismos acabam sendo responsáveis pela maioria dos casos de morte no ambiente hospitalar.
Todo cuidado se faz necessário para que esse problema não seja algo que vá tomando conta do ambiente. Algumas bactérias um pouco mais nocivas já são conhecidas pelo homem.
Elas estão em estudo desde o século XIX. No entanto, o maior problema com essa questão é que cada vez mais as bactérias vêm se adaptando ao ambiente e ganhando força.
Por conta disso, os antibióticos acabam perdendo o seu efeito, e aí temos que apelar para algo ainda mais forte. Abaixo, falaremos melhor sobre este assunto.
Como controlar superbactérias em UTI?
São vários os motivos pelos quais uma bactéria se torna multirresistente. O uso incorreto e frequente de antibiótico é um dos que mais favorecem seu aparecimento e mutação.
As unidades de terapia intensiva são lugares mais delicados devido às condições clínicas, das complicações e da quantidade de dispositivos invasivos, além do sistema imunológico do paciente, as superbactérias costumam ser mais frequentes nestes locais.
Além desses fatores, algo que atrapalha muito essa situação, são os procedimentos feitos dentro do hospital e a falta de higienização correta dos aparelhos.
A resistência acontece por meio da evolução da bactéria. Desse modo, uma seleção artificial acontece por conta do uso dos antimicrobianos. Esse é um dos principais mecanismos que fazem com que haja uma contribuição para o aumento das cepas resistentes.
Para que se possa saber como controlar esses casos, é preciso que se tomem algumas medidas. A primeira delas é através da história prévia do paciente, na qual é possível ver alguns pontos importantes para saber se ele é ou não um colonizador de bactérias, como:
- Se esteve internado recentemente;
- Se fez uso de antibiótico;
- Se fez algum tipo de procedimento invasivo.
Procurar por lesões e feridas crônicas, dispositivos invasivos, e cuidados em home care é uma forma de suspeitar e prevenir que essas superbactérias se espalhem. No entanto, a confirmação só será feita a partir do antibiograma em mãos.
Como agir com as bactérias multirresistentes na UTI?
Quando a suspeita de infecção por bactéria multirresistente for confirmada, é vital que alguns pontos sejam identificados. Então, primeiro é preciso avisar a equipe, o paciente e a família dele.
O isolamento é parte vital para evitar que essas bactérias se espalhem. Ademais, as principais medidas a se tomar são:
1. Realizar teste
É preciso que se inicie imediatamente o protocolo para identificar de que tipo de bactéria se trata.
Assim, se torna possível definir se o paciente é colonizado por bactérias multirresistente ou não e definir a necessidade do isolamento:
Em caso de constatado que a bactéria está causando a infecção, o teste de cultura e sensibilidade ajuda a fazer a escolha mais correta do antibiótico.
O diagnóstico molecular age diretamente na assertividade de identificação dos genes de resistência. Assim, pode-se escolher o melhor tratamento e fazer um uso racional e individualizado de um medicamento.
Existe um teste Teste rápido para doenças infecciosas KPC K-SeT da empresa CORIS que é feito de modo muito ágil e que permite identificar dentro de 15 a 20 minutos as bactérias multirresistentes como:
- KPC;
- NDM-1;
- OXA-38.
2. Isolar pacientes
O isolamento do paciente identificado com uma superbactéria é vital para que a vida de outras pessoas sejam salvas.
Isso porque as bactérias se espalham facilmente no ambiente hospitalar, pois acaba sendo muito mais fácil contaminar quem está internado, devido aos inúmeros procedimentos e contatos frequentes com os profissionais de saúde.
3. Uso de CME
As equipes da CME de um hospital são fundamentais para fazer com que haja uma boa higienização dos instrumentos usados nos pacientes.
Assim, pode-se garantir que nenhum resquício de bactéria se instalou nos aparelhos e não irá se propagar para outro paciente num segundo uso.
O controle de bactérias deve ser feito principalmente na parte de higienização de equipamentos, pois é muito fácil transmitir bactérias por eles.
4. Uso controlado de antibióticos
Precisamos estabelecer um programa de gerenciamento do uso de antimicrobianos com uma equipe multidiciplinar, que possa se estabelceça alguns critérios para o uso adequados dos antibióticos como:
- Definir a epidemiologia do hospital
- Dose e tempo adequado
- Tratar infecção e não colonização
- Avaliar farmacodinamica e farmacocinética dos antibióticos
- Prevenção das infecções hospitalares
5. Desinfecção dos ambientes
O controle de infecções também acontece a partir do momento que enfermeiros e médicos cuidam do ambiente. Fazendo a correta higienização das mãos a limpeza básica dos materiais, usando luvas, e equipamentos descartáveis.
Com um ambiente sempre limpo, evita-se que as bactérias sobrevivam e circulem de um ambiente para o outro.
Quais são os principais tipos de bactéria que existem?
Dentre os vários tipos de bactérias que existem, as mais perigosas e principalmente mais resistentes são:
- Streptococcus pyogenes:
- Neisseria gonorrhoeae;
- Mycobacterium tuberculosis ;
- Acinetobacter baumannii;
- Escherichia coli (E. coli);
- Klebsiella pneuminiae;
- Acinetobacter baumannii;
- Escherichia coli (E. coli);
- Klebsiella pneumoniae;
- Clostridium difficile;
- Pseudomonas aeruginosa;
- Burkholderia cepacia;
- Staphylococcus aureus (MRSA).
Principais sítios acometidos
- Infecção de corrente sanguínea
- Pneumonia associado a ventilação mecânica;
- Infecção urinária relacionado a cateter;
- Infecção de sítio cirúrgico
- Infecção de pele;
Pode-se ver que as bactérias multirresistentes em uti não são um assunto que pode ser deixado de lado. Ele é muito sério, por isso, tem que se dar a devida atenção.
É vital que o meio hospitalar se cerque de cuidados para com os pacientes e médicos também.
Conclusão
Vimos um pouco sobre as medidas que se deve tomar para que possa haver um controle de bactérias dentro da UTI. Deve-se monitorar toda e qualquer suspeita existente de agentes bacterianos para que nada venha sair do controle.
É mais do que vital que a unidade médica conte com equipes de CME para fazer a limpeza de artigos hospitalares. Para garantir a qualidade dos aparelhos e a proteção dos pacientes durante os procedimentos e a estadia dele no hospital.
Conte aqui então se você conseguiu entender o assunto e compartilhe-o com outras pessoas que possam ter dúvidas.